2006
Daniel Blaufuks
Morre lentamente
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente...
Pablo Neruda
Daniel Blaufuks
Morre lentamente
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Morre lentamente...
Pablo Neruda
16 comentários:
Morre quem fica no sonho dos inocentes.
Quem ama, é quem vive.
Os meus saudos.
Desde Chile mis abrazos y deseos de felicidad.
morrem lentamente...
numa dor que dá dó
Caro holeart;
Morremos todos lentamente, à cadência do segundo...
E no meio desses há uns quantos que vão morrendo de forma mais divertida, mais agitada, mais alegre, mais insana, com mais brilho e menos cinzento.
Com as minhas modestas possibilidades é no meio desses que eu tento sempre estar. :)
E porque o momento ainda é de FESTAS, aqui ficam os meus coloridos desejos de que 2007 seja generoso consigo e os que tem no coração.
Um abraço.
I.
E eu subscrevo.
Já fiz um post parecido com esse aqui há uns meses largos.
Everyday we're closer to death...
Pena é que muitos descurem o significado de Morte, desconhecem-lhe o sabor e tornem a vida de outros um Inferno...
Beijos
Venho pedir desculpa... acabei de verificar que me dirigi ao holeart num post assinado 'linhas tortas'.
De qq modo os votos de Feliz Ano mantêm-se e são dedicados a todos os que colaboram no blogue.
FELIZ 2007.
I.
Isabel Magalhães,
Da parte que me toca, os meus agradecimentos e retribuições de boas festas.
Linhas tortas a tua op imagem está sempre a perseguir-me...e a baralhar-me....
morrer lentamente quem "isto e aquilo"...
e quem não "isto e aquilo" morre depressa? Ou não morre?
( a culpa é da op imagem das linhas tortas...)
...gosto do Blaufuks por aqui!
Fabuloso. Simplesmente.
A direcção do sangue
Quando se viaja sozinho
pelas imagens que perduram
as evocações ganham um modo tão real
A mancha ténue dos arbustos
indica o caminho para o regresso
que nunca há
o mar ficou de repente perto
sobre esta praia travámos lutas
para as quais só muito depois
encontramos um motivo
era à pedrada que nos defendíamos
do riso mais inocente
ou de um amor
Mas aquilo que nunca esquecemos
deixa de pertencer-nos e nem notamos
Estamos sós com a noite
para salvar um coração
José Tolentino de Mendonça
para todos com um abraço
há sempre um PART II (o regresso)
morrer devagar ou morrer depressa
?
Daniel Blaufuks / Pablo Neruda
(bela conjugação...)
Pq te baralha, Mer?
Morre-se ,
sp,
lentamente...
e
depressa demais ...
Morrer lentamente... Fast forward, please!
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